Sofrimentos do mundo feminino

Nesses últimos dias assisti dois filmes que estão relacionados com certas realidades que cada vez mais se tornam visíveis. O primeiro é “O Homem Invisível”, 2020. Direção: Leigh Whannel. Uma mulher (Elisabeth Moss, protagonista da série ‘O Conto da Aia’ – Globo Play/Paramount) tem seu namorado dado como morto. Ela está saindo de um relacionamento abusivo. Mas, estranhamente ela o sente por perto, o que por si só já se torna uma metáfora das marcas do sofrimento que carrega consigo. De fato, ele como cientista, desenvolveu uma maneira de tornar-se invisível e assim, atormentar a sua ex-namorada. Já que a polícia não acredita em sua história (quantos casos não são levados à sério nesse mundo masculino...), ela deverá agir por conta própria. É a terceira versão cinematográfica do livro de mesmo título. “Porque se O Homem Invisível tem um grande mérito, ainda que de maneira irregular, é o de provocar um necessário debate sobre as muitas formas de violência normalizada da vida contemporânea -- principalmente aquelas que nos são invisíveis aos olhos. Se o filme aflige e incomoda, é porque traz verdades duras que preferiríamos não ver. No fim das contas, não é só entretenimento” (Pablo Miyazawa – Adoro Cinema). Onde ver: Telecine. 

Trailer do filme O Homem Invisível (2020)


O outro filme é “Bela Vingança”, 2021. Direção Emerald Fennell. Acompanhamos uma garota que se finge de bêbada para que algum homem tente aproveitar-se da situação e a leve para a casa do mesmo. Aos poucos vamos descobrindo que ela age assim para punir aqueles que querem fazer sexo sem o consentimento da mesma (não há cenas explícitas seja de violência ou sexo). Um colega da universidade, do curso de medicina que desistiu, tornando-se uma garçonete, lhe leva a rever seu comportamento (sem que ele mesmo o saiba), mas ao mesmo tempo lhe abre caminho para uma vingança perfeita. Aqui está o tema de certos abusos contra as mulheres que são relegados ao esquecimento ou consenso da sociedade, sem que possa ver os verdadeiros danos que esses geram. Um filme cheio de sutilezas. “Nossa protagonista é uma mulher que vive com o fantasma de não ter sido acreditada, e sua batalha pela vingança é inescapável, e trará ruína aos seus descrentes. O truque de Fennell é fazer tudo isso soar moderninho, e a combinação não poderia ter funcionado melhor” (Julia Sabbaga - Omelete). Onde ver: YouTube e deve chegar brevemente no Tele Cine. 

Trailer do filme Bela Vingança (2021).


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