Cinebiografias/Histórias:
Muitos filmes nos têm
permitido conhecer a vida de certos personagens reais ou mesmo alguns fatos
ocorridos na história que tiveram certo impacto sobre a vida de uma população,
de uma nação ou mesmo no mundo. Algumas historiografias se esforçam em
manter-se fieis na reprodução de certos eventos ou vida de pessoas. Outros usam
de uma certa liberdade artística para introduzir elementos que acabam por gerar
algumas ‘broncas’ de quem conhece a verdade dos fatos (há sempre alguém de plantão
para a veracidade dos fatos. Ainda bem!). Mas mesmo assim sabemos a importância
de conservar fatos e vidas inspiradoras, como a “Lista de Schindler”,
que remanejamos para essa categoria. No passado, filme histórico era sinônimo
de superprodução e narrativa épica, mas aos poucos vamos tendo filmes mais
leves e mais econômicos que nos permitem esse contato com essa fatia da
história. Nesse campo vão surgindo novos filmes artisticamente bem produzidos,
mostrando sempre mais consciência e sensibilidade, associadas a textos mais bem
pesquisados e informados. É importante não esquecer certos
fatos...
“A Lista de
Schindler”, 1993. Direção: Steven Spielberg. Talvez seja o melhor filme de
Spielberg. Situado em plena ação nazista de extermínio dos judeus quando o
alemão Oskar Schindler tenta ganhar algum dinheiro com a guerra, aproveitando a
mão de obra dos judeus aprisionados. Uma vez aberta a fábrica, algo acontece
com Oskar que o leva a comprometer sua fortuna para salvar a vida de mais de
1.000 judeus. Filmado em preto e branco e com a sutileza de alguns momentos e
cenas que só o olhar poético do diretor poderia extrair. “Ninguém pode
fazer nada para consertar o passado, que já aconteceu, mas um filme como este
pode causar impacto sobre nós, criando uma determinação sobre o que nunca mais
poderá acontecer” (Steven Spielberg). Prêmios: Oscar de Melhor filme,
Diretor, Fotografia, Trilha Sonora, Roteiro Adaptado, Montagem, Direção de
Arte; Globo de Ouro Melhor Diretor, Melhor filme dramático, melhor Montagem e Direção
de arte, entre outros prêmios. Onde ver: YouTube; Netflix.
“A Vida dos
Outros”, 2006. Direção: Florian Henckel von Donnersmarck. Esse filme narra
uma história real do dramático sistema de espionagem existente na Alemanha
Oriental durante o período da Guerra Fria. Em 1984, o ministro da cultura se
interessa por Christa, atriz popular que namora com Georg, o mais conhecido
dramaturgo do país e um dos poucos que consegue enviar textos para o outro lado
da fronteira. Com a suspeita dos dois serem infiéis às ideias comunistas, eles
passam a ser observados (microfones são instalados na residência do escritor)
pelo frio e calculista capitão Gerd, temido agente do serviço secreto, que fica
fascinado pelas suas vidas e personalidades. “Com a frieza
espartana que lhe permite interrogar um suspeito por dez horas seguidas para
arrancar uma confissão, ele simboliza o regime tão bem descrito por Florian
Donnersmarck” (Luciano Ramos – “Os melhores filmes novos” –
editora Contexto). Oscar de melhor filme estrangeiro de 2007. Indicado ao Globo
de Ouro de Melhor filme estrangeiro, recebeu também os mais importantes prêmios
da Europa. Onde ver: Amazon Prime.
“Alexandre”, 2004. Direção: Oliver Stone. Um filme para quem se interessa pelas tramas da história. O diretor recria nesse filme a poderosa e verdadeira história de Alexandre o Grande, que no quarto século antes de Cristo havia conquistado a Grécia, a Pérsia, o Afeganistão e a Índia – ou seja, 90% do ‘mundo conhecido’ até então, antes de completar 30 anos. Mesmo tendo enfrentado grandes exércitos de bidas e elefantes, ele nunca perdeu uma batalha! Visionário, explorador e sonhador, ele era também um filho carinhoso, ferido pelo amor e pela ambição de sua mãe e pela eterna necessidade de agradar seu pai. Seu sonho moldou o mundo como conhecemos hoje. O diretor reconstituiu a metodologia militar dos macedônios, reproduziu a arquitetura das cidades, as roupas, os penteados e os demais costumes dos diversos povos antigos com os quais Alexandre guerreou. “O duvidoso é que Stone estabelece um paralelo entre o império dos macedônios e o império norte-americano. Chega ao ponto de associar a figura de Alexandre a uma águia que, como sabemos, é um dos símbolos mais visíveis da atual política externa dos Estados Unidos. Os historiadores esclarecem que é fácil encontrar semelhanças entre diversos períodos históricos. Difícil é encontrar os pontos essenciais que marcam as diferenças entre eles” (Luciano Ramos – “Os melhores filmes novos” – editora Contexto). Onde ver: YouTube.
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