Séries V
Gosto muito de séries que escapam do lugar comum e misturam comédia com drama, poesia com realidade. É assim que vejo a série Kidding, com duas temporadas no Globo Play (Prêmios Globo de Ouro Melhor ator de série de comédia, Jim Carrey e Melhor Série de Comédia ou musical 2019), mesmo um tanto sarcástica, esperta, engraçada, inesperada e um pouco triste. Misturando musical infantil e dando vida a personagens como fantoches... Jim Carrey encarna a figura de um homem casado, um bom sujeito, que tem um programa infantil de grande sucesso com franquias em dezenas de países, centenas de produtos licenciados, que marcou a infância de muitos. Ele leva uma vida sem luxos, sem se sentir uma estrela e parece amar sinceramente todas as crianças do mundo. Sua vida passará por uma terrível e grande mudança após a perda de um dos seus filhos gêmeos num acidente. A série vai nos arrastando nas absurdas mudanças dos personagens em sua vida e suas relações. Muito interessante. Recomendo.
Uma
série surpreendente e que gerou muitos comentários e vídeos na internet
foi Black Mirror da Netflix.
O título, espelho preto, é uma referência às telas de Tvs, monitores e
celulares, quando deligados. Suas temporadas (cinco, se não me engano...) não
precisam ser vistas na ordem cronológica, pois trazem episódios independentes.
Estes incomodam, fazem refletir, despertando sentimentos contraditórios, pois
nos vemos refletidos naqueles contextos, em maior ou menor proporção, pois nos
damos conta de quanto nos tornamos escravos dessas mídias. Podemos até sermos
‘linchadores virtuais ou mórbidos expectadores’. Lançada em 2011 na
Inglaterra, Black Mirror trata da nossa relação com a
tecnologia, das perversas regras do capitalismo, do poder e da sociedade do
espetáculo, e as possíveis – e bem prováveis – consequências sobre as relações
humanas (muitas já acontecendo). O físico e o virtual se confundem. “Já
deu para perceber que a evolução da tecnologia e o acesso fácil à informação
não levaram à uma vida mais tranquila ou à elevação da
cultura geral (o que vemos é uma assustadora e cada vez mais visível
mediocridade) nem à uma sociedade mais civilizada (o ódio, a
intolerância, a falta de empatia, o sentimentalismo falso, imperam nas redes
sociais e nas caixas de comentários de grandes portais). A tecnologia evoluiu,
mas o homem não; e não temos como escapar do mundo e da convivência com as
pessoas. Black Mirror mostra essa realidade — de forma amplificada —, em
roteiros afiadíssimos. E incomoda porque, apesar dos problemas, da
ansiedade que a tecnologia gera, nós todos, vítimas do consumo que somos,
estaremos na fila celebrando essas novas tecnologias quando elas forem
lançadas” (Shoichi Iwashita – Simonde).
Perfeito
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